quinta-feira, 23 de março de 2017

FAB Party versus "Meh" party

















Não sabem o que é uma FAB Party? É normal, fui eu que lhe dei o nome.

Talvez não seja invenção nenhuma e o nome até já pode ter sido dado a uma festa igual, mas a verdade é que desde que falo nesta festa que dizem sempre "Nunca ouvi falar numa festa dessas!" e o nome lembrei-me durante um banho nessa mesma semana.

Pois bem, uma FAB Party é uma Festa Antes do Bebé.
Sim, a palavra "Party" é uma redundância, eu sei, mas não fica tão fixe dizer que vou organizar uma "FAB". Se lhe juntar o Party, toda a gente percebe que é uma festa. E "FAB" serve não só como acrónimo, mas como adjectivo, porque é uma festa fabulosa.

A ideia para a FAB Party surgiu de:
a) Ter vontade de fazer uma repetição da minha despedida de solteira (que foi uma "meh" party);
b) Já não estar em condições de apanhar uma bebedeira;
c) Não precisar de um baby shower porque já tenho quase tudo (falta-me um sling, quem quiser oferecer já sabe...);
d) Querer fazer uma celebração em grande antes da Miminho nascer, ficar praticamente reclusa durante uns tempos e indisponível para grandes celebrações e a minha vida mudar definitivamente, dando-me um novo papel que é o de ser mãe.




Porque é que eu queria uma repetição da minha despedida de solteira?
Porque foi uma "meh" party. Posso afirmar com toda a certeza que foi das festas mais secantes que já tive. Até que foi um convívio agradável, estava com as minhas amigas, estivemos bem, mas para uma despedida de solteira foi uma desilusão absoluta, pelos mais variados motivos. E acabou comigo, sozinha em casa lavada em lágrimas, a chorar baba e ranho, sozinha por estar tão desiludida e frustrada.
Reparem, foi uma despedida de solteira simplesmente mal organizada. Eu só queria, pelo menos, duas coisas: dançar e que fosse o deboche. Não tive nada disso. Pediram-me para vestir uma roupa parva, o que fiz na boa, fizemos um jogo em que me faziam perguntas e eu tinha de adivinhar que resposta o meu namorado tinha dado, fomos jantar na minha rua, metade das amigas foi embora depois de jantar (tinham filhos e bebés e coisas dessas), as restantes voltaram para minha casa e às 03 da manhã estava eu sozinha, num tutu e maillot de ginástica rítmica, a limpar a entrada do meu prédio porque me tinham atirado confetis dentro do prédio! Ah! E quem andou a preparar e a servir bebidas fui eu! Estava sozinha em casa porque tinha expulsado o meu namorado para as meninas terem uma noite só para elas. Ainda lhe liguei, desolada, para que voltasse para casa, mas tinha bebido demais e não estava em condições para conduzir. Até ele teve uma noite mais louca do que eu!
Até fico irritada de pensar nessa noite. Foi uma noite medíocre, para o que esperava, e eu odeio mediocridade. Dêem-me uma noite em que tudo corre mal, prefiro. Desde que acabe tudo bem, pelo menos fica-se com uma boa história para contar.
Grande parte da irritação que senti, e sinto!, em relação a essa noite é porque sou uma pessoa extremamente controladora, que sabe o que quer e que tem um princípio básico: se queres algo bem feito, tens de o fazer tu mesmo!


Mas era tarde para os "devia ter feito assim ou assado", então decidi que tinha de fazer uma repetição da festa, desta vez organizada por mim. Só que fui deixando passar o tempo e engravidei.
Ora, grávida não podia apanhar uma bebedeira. O que não era relevante, porque não preciso de me embebedar para me divertir imenso, só preciso de bom ambiente e de música. Eu só quero dançar. Preciso de música e dança na minha vida como de pão para a boca. Há poucas coisas que me fazem tão felizes, tão completas, tão eu, quanto dançar. Sentir a envolvência da música e deixar-me ir. Não preciso de álcool ou outras substâncias, só preciso de música. E mesmo grávida posso dançar!

Também não queria um baby shower, não me apetecia estar em casa a beber cházinho e a comer biscoitos e porque já tenho tudo o que preciso para a cria. Excepto o sling, não sei se já falei nisso, assim nesta onda... E uma espreguiçadeira! Também falta a espreguiçadeira. Ouvi dizer que a Stokke tem espreguiçadeiras giras, tipo esta (cof cof).

Depois, a Miminho vem aí e eu conheço-me. Tão cedo não a vou querer largar, se é que algum dia a quererei largar (fico angustiada só de pensar em berçários e creches). A minha vida vai mudar tão brutalmente... EU vou mudar tão brutalmente. Eu sei, eu sinto-o, e estou expectante pela mudança. Não me custa mesmo nada. Sei que durante umas semanas vou ficar praticamente fechada em casa a cuidar dela, nem que seja porque não terei energia para mais nada. Até porque planeio amamentar o mais possível e só usar o biberão mesmo em caso de necessidade, não sei quando conseguirei ou quererei deixar a minha cria, a minha bebé, para ir sair sem ela. E mesmo quando o fizer, não estarei tranquila como posso estar agora. Porque estarei sempre a pensar se ela está bem, a controlar o telemóvel para ver se há uma mensagem. Vai ser um longo processo até conseguir separar-me descansada.

O que sei é que estava a precisar de uma festa!
Portanto, juntei a repetição da despedida de solteira e decidi sair só com as amigas. Comecei por convidar as mesmas amigas, com novas adições, mas depois cheguei à conclusão que, para mim, esta coisa de rapazes para um lado e raparigas para outro não faz muito sentido.
Amigos são amigos, o género não interessa, o que importa é estarmos rodeados de quem gostamos e de quem gosta de nós. Só tenho pena de não ter tido essa "epifania" mais cedo, porque alguns acabaram por não poder ir porque já tinham combinado outras coisas entretanto.
Foi pura parvoíce minha, admito! Já na altura da despedida de solteira senti o mesmo. Sempre me dei mais com rapazes do que com raparigas, porque raio me terá dado para achar que uma festa só com raparigas era o caminho certo? Lá porque a maioria das pessoas não consegue conceber algo que saia da norma, como uma despedida de solteiro/a conjunta, porque raio fui eu levada na corrente? Para ter uma coisa que todos têm? Nem parece meu! Como é que eu espero divertir-me ao máximo se coloco de lado grande parte dos convidados? Parvoíce!




O sábado escolhido para a FAB Party estava preenchidíssimo: Ida ao spa de manhã (estava a precisar urgentemente de uma massagem nas costas), à tarde ia ao cabeleireiro, seguia para a sessão de fotografias de maternidade e ia beber um "copo" com os meus convidados numa esplanada à beira rio, para aproveitar o pôr do sol. Depois seguíamos para a LX Factory para jantar e passar o serão no Rio Maravilha.
Mas a vida é feita de imprevistos e, apesar de ser hiper controladora, há coisas que não posso controlar: 
- Davam chuva para sábado, pelo que a sessão de maternidade foi cancelada (seria ao ar livre). O que vale é que a fotógrafa é uma amiga e tem disponibilidade para remarcar e andarmos atentas à meteorologia, prontas a sair de casa com o primeiro raio de sol;
- Do cabeleireiro ligaram-me: por motivos de doença tinham de cancelar a minha marcação. Não me importei muito, porque a ideia era tratar do cabelo no dia da sessão fotográfica, fica para outra altura.
- Esplanada à beira rio para aproveitar o final de tarde? Com chuva? ahahah! Tranquilo! Há bares todos envidraçados e uma tarde chuvosa até que é bonita (pelo menos para mim). A diferença é que consultei o site do IPMA e davam um tempo terrível para esse dia;
- Os restaurantes do LX que interessavam estavam todos sem disponibilidade de reserva.

Tive de atirar a toalha ao chão e cancelar a festa. Algo no universo me estava a dizer que esse sábado não era para sair. Além do mais, a festa já estava demasiado longe do plano original, pelo que decidi adiá-la.
O que vale é que, com duas semanas de antecedência, dava para elaborar um plano A e vários alternativos. Ou, pelo menos, conseguir uma reserva no restaurante pretendido.
E não é que, chegado o tal sábado, fez um dia de sol maravilhoso?


GuardarGuardar Com as duas semanas de antecedência consegui uma reserva para as 22h00!!! Não admira que na véspera não houvesse nada. Mas não fazia mal, porque antes do jantar eu queria ir aproveitar o pôr do sol.
A FAB Party correu muito bem. Estive com alguns dos meus amigos mais próximos (houve quem não pudesse ir), dentro do planeado deixei a coisa correr naturalmente, com tranquilidade sem pressas.
E, como correu bem, não há grande história para contar. As histórias mais engraçadas são as que têm contratempos. Quando tudo corre bem, está tudo bem.

Começámos às 18h30 no café/bar/lounge À Margem, em Belém, e lá fomos reunindo o pessoal enquanto assistimos ao pôr do sol, a lanchar, a pôr a conversa em dia, a lanchar outra vez (o jantar era só depois das 22h...). Enquanto aqui a menina bebia um cappuccino e comia umas torradinhas (tive de pedir duas porque o meu marido se abarbatou de metade da minha primeira "tu não comes uma inteira..."), o resto da malta bebia copos de vinho, gin, comiam bruschettas, bolo de chocolate com frutos vermelhos, crumble de maçã... tirando o álcool, fiz questão de provar tudo. Mas só dá mesmo para provar, porque actualmente tudo me faz azia: tomate, chocolate, e quase tudo o resto que eles tinham... Já chegava o que viria para jantar.

Eram 21h30 quando seguimos para a Lx Factory, para o restaurante. Tinha escolhido o A Praça e não me arrependi. Decidimos petiscar, para começar: queijo de cabra com mel e orégãos, ninhos de alheira, cogumelos salteados, pimentos padron, ovos mexidos com farinheira, choco frito. Tudo delicioso. Só não provei os pimentos porque não quis arriscar apanhar um picante. Enquanto o pessoal se refrescava com imperiais e sangria de espumante, eu ficava-me pela águinha e pelo sumo de laranja natural... Mas dei um golinho na sangria para brindar e estava deliciosa. Quando deixar de amamentar, vou lá e peço um jarro só para mim.
Esta do jarro só para mim lembra-me um episódio do início do meu namoro. Acho que já vos contei que sou incapaz de virar as costas a um desafio quando sei que sou capaz de o conseguir, com mais ou menos esforço. Pois bem, estávamos numa jantarada, a beber uma sangria deliciosa e eu brinquei a dizer que estava tão boa que ia pedir um jarro só para mim. O meu marido, como sempre achou que eu não era muito dada a beber álcool ou que era fraquinha, achou por bem dizer-me "se beberes este jarro inteiro eu caso-me contigo!". Casámos ou não casámos? Nunca tentem fazer apostas comigo, porque se eu aceitar é porque sei que posso ganhar. Custou-me beber um jarro inteiro, já não tinha espaço no estômago e fiquei com sangria até ao pescoço, mas foi tudo!

Para terminar a noite, e o que tinha determinado os locais desta noite, a ideia era dar um saltinho ao Rio Maravilha. Lá fomos e o ambiente estava bom, mas o terraço panorâmico estava fechado e já estava tudo partido (não é fácil estar a comer e a beber desde as seis da tarde), pelo que demos uma volta pelo espaço e decidimos concluir a nossa noite. Gostei muito do espaço e do ambiente. Tenho de lá voltar novamente e espero que desta vez o terraço esteja aberto.

Vim para casa, saciada de festa, bem disposta e feliz, contagiada pela boa onda dos melhores amigos do mundo.
A festa foi para mim, sobre mim e não sobre a gravidez. Não foi um chá de bebé ou lá o que é isso. Foi uma festa com amigos para aproveitar enquanto posso.
Tenho a certeza de que a Miminho vai ser muito mimada, educada e criada não só pela família de sangue, mas pela família de amigos que temos. Não podíamos ter escolhido melhor. É nestes momentos que tenho a certeza de que fiz as escolhas certas e de que quem me rodeia agora só será uma boa influência para a minha filha.
Só posso agradecer a todos os que lá estiveram (e aos que queriam, mas não puderam). Podem contar comigo, como eu sei que posso contar convosco ❤❤❤

Imagem retirada daqui
















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